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Repertório Visual: Construa o Seu

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Ter um repertório visual é muito importante, estando no começo da sua carreira ou não. Entenda por quê você precisa de ter um bom e organizado agora.

O que é e por quê fazer?

Repertório visual é um apanhado de imagens que você “coleciona” para usar como referência. É algo que você tem que construir e cultivar.

Ao longo de nossa vida adquirimos conhecimentos explícitos, que são “entregues” para gente (por exemplo, por professores em uma sala de aula em slides) e conhecimentos tácitos, que obtemos através de experiências, às vezes de forma involuntária. Absorvemos informações por toda nossa vivência, portanto esse conhecimento é algo individual e subjetivo.

O seu repertório visual funciona também dessa maneira, tudo o que vemos pode funcionar como inspiração para nossos projetos, ou seja, consumimos referências o tempo todo, mesmo quando não temos a intenção.

Tendo isso em mente, é possível também deduzir que nossa cabeça pode ficar bem bagunçada com o tanto de informação que chega até a gente, certo? Para não ficarmos confusos ou usar referências erradas ou ruins, existe a necessidade de investir um pouco mais de tempo em analisar e guardar o que é realmente importante para sua profissão.

Pense comigo: quando você era pequeno, se te pediam para desenhar uma pessoa, comumente você desenharia ela com aqueles palitinhos. Com o passar dos anos, você compreende que esse desenho não é fiel a realidade e com um pouco de habilidade você pode desenhar uma pessoa com mais detalhes. Sem construir o seu repertório visual, você se arrisca a permanecer com uma maturidade estética rasa, daí pode cair na cilada de aplicar uma referência errada ou realizar um projeto que não agrade ao público.

Outro motivo tão importante quanto os já falados para se ter uma coleção de imagens, é a facilidade de encontrar a resposta de um bloqueio criativo sem fim ou para a demora em desenvolver qualquer coisa que queira. Ter um local organizado para buscarmos o que precisamos fica bem mais simples de sair desse buraco que é quando dá um branco na gente.

Onde fazer?

O seu repertório ou biblioteca visual pode ficar tanto em locais como seu HD (não recomendo pois vai ocupar muito espaço), o Pinterest, numa nuvem ou até mesmo em pastas físicas – se você está folheando uma revista legal, ou recebe um cartão de visita diferente por exemplo, guarde numa pasta que vai ficar ao seu alcance no dia a dia – senão você só vai ficar juntando tralha, cuidado!

Como fazer?

Isso pode ser feito de forma bem fluida: tire algumas horas por semana para pesquisar referências ou durante a pesquisa de um projeto específico, guarde o que te parecer mais chamativo, mesmo que não seja exatamente o que você precisa naquela hora.

Organize em pastas (agora o Pinterest tem subpastas e é ótimo usar esse recurso!). Por exemplo, numa pasta “logotipo” você pode ter as subpastas por qualquer característica, sensação ou qualidade que você vá entender depois – logotipos com linhas, logotipos coloridos, logotipos minimalistas, logotipos que representam união, logotipos delicados, logotipos de bichos, logotipos com carros etc.

Analisar e criticar

Antes de você apenas jogar a imagem na pasta, analise. Essa parte é essencial, pois se mais tarde você for ver essa imagem, você pode enxergar outras coisas (e aí vale a pena listar tudo o que você concluir a cada vez que olhar). Anote o que te chamou atenção na imagem: cores, disposição dos elementos… seja preciso, por exemplo: ilustração sem uso de contornos, com paleta de cores reduzida e uso de luz e sombra; ou então: arabesco bonito em cima de uma capitular. Não precisa ser nada elaborado e nem com palavra bonita, mas você precisa entender o que te chamou atenção. Anote também se você achar que algo pode não funcionar, tipo “linda cor vermelha mal aplicada à ilustração de igreja”.

Com o tempo algumas coisas podem ficar obsoletas para o seu gosto, daí vale anotar coisas como “fonte irregular demais, prejudica legibilidade” em alguma fonte que você tinha achado muito legal há uns anos.

Criticar e escrever o que você achou é um dos principais exercícios pois isso te ajuda a aos poucos a conseguir definir o que você gosta e o que não gosta, o seu estilo, o que funciona no seu projeto, o que está te incomodando em algo que você criou e a fixar nos seus conhecimentos qualidades interessantes de outros trabalhos que vão te servir de referência.

Observar e absorver é o que fazemos enquanto respiramos. Hoje com tanto acesso a informação é necessário filtrar e registrar, senão ficamos perdidos no meio de um monte de dados muitas vezes incompletos que só nos empurram pra um caminho de indecisão, insegurança e travas criativas. Um repertório visual organizado e vasto vai te ajudar muito a direcionar suas ideias na direção certa e a realizar mais e melhores projetos 🙂 

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