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Vamos falar do design de som, mas “pera” aí! Design não é algo que eu contemplo com os olhos? Teoricamente sim, mas fica muito mais interessante o que vemos se formos capazes de relacionar a um som, não é verdade? Então pegue seu café, seu fone de ouvido e aproveite esse artigo recheado de informações, áudios e vídeos legais, para você entender o que é esse negócio de sound design e se divertir um pouco 🙂
Mas o que um sound designer faz, o que come e onde vive?
Primeiro vamos nos lembrar que somos criaturas visuais e o tempo todo estamos buscando familiaridades em tudo que vemos e ouvimos. E é por isso que esse profissional se torna tão importante.
Basicamente, podemos dizer que sound designer é um artista plástico do som, que habita nas rádios (na verdade foi aí que ele nasceu), TVs, teatros, cinema e indústria de games e música, é claro! E o que ele come?… assim como nós, sempre abarrotados de trabalho, comem qualquer coisa na hora que dá e curtem um bom café, rs. Ele é responsável pela emoção e expressão sonora das cenas, seja pelo áudio ambiente, sons e ruído das coisas, efeitos especiais, etc. Ao definir a estética do som, o sound designer estabelece uma linguagem através de signos e significados, ou seja, semiótica.
Você ficaria decepcionado se eu dissesse que para dar mais vida e emoção, praticamente todos os efeitos sonoros que você escuta no cinema, foram criados no pós produção e não no momento da filmagem? Acreditaria que na trilogia original de Star Wars foi usado uma mola dentro de um cilindro para criar o famoso som dos lasers? Ou ainda que um bom tempo atrás era usado um comprimido efervescente dissolvendo num copo de água, para simular uma pessoa sendo atacada por formigas?
Não sei se é da época de vocês, mas eu assistia O Ataque das Formigas Gigantes quando era criança 🙂
Agora sendo um pouco mais atual, mas ainda falando de cinema, no primeiro filme da atual produção de Transformers, lançado em 2007, o sound designer chegou a usar uma secadora de roupas para criar a estética dos áudios do Autobots e Decepticons. Outra curiosidade interessante é que, neste mesmo ano, foi lançado pela Pixar, a animação WALL-E e Ben Burtt foi o responsável pela criação de mais de 2400 arquivos sonoros. E olha que estou falando apenas do simpático robô compactador de lixos. É um mega trabalho que muitas vezes passa despercebido pelos nossos ouvidos.
Olha que legal os bastidores de um estúdio de sound design para cinema.
Mas isso não é a mesma coisa que sonoplastia?
Existe uma considerável diferença entre os dois, que está basicamente relacionada a forma que eles usam para obter o som. O sonoplasta, para ilustrar o abrir e fechar de uma porta, por exemplo, pode simplesmente gravar o áudio de uma porta mesmo e depois sincronizar o som. Já o sound designer pode usar qualquer outra coisa para simular o som ou até mesmo criar digitalmente, manipulando as ondas sonoras e suas frequências, ou ainda conseguir imaginar algo que possa emitir ou imitar um efeito sonoro semelhante ao desejado, criando sons das formas mais imprevisíveis possíveis. Vamos para mais bastidores.
Sound Design do game Batman: Arkham City
Sons muitos estranhos do game Mortal Kombat X
Saindo um pouco do assunto para ilustrar a manipulação das ondas e frequências, mencionada acima. Veja o que um designer de som é capaz de fazer para a indústria da música!
Você Já Ouviu Falar de Sound Branding ou Som das Marcas?
Esse negócio de estética do áudio ficou tão sério que muitas marcas começaram a perceber o poder que o som poderia ter no fortalecimento de sua identidade. Estamos falando de identidade sonora ou sound branding. E não fique com essa cara de desconfiado, porque isso já existem há algum tempo e com certeza você já é capaz de identificar algumas marcas, sem precisar ver nada. Ouça só!
E aí, conte nos comentários se descobriu quem são as marcas 🙂
Já outros não sabem brincar e vão muito além de uma mera assinatura sonora. Sabem a Harley-Davidson, tradicional fabricante de motos com aquele ronco espetacular no motor, que é motivo de orgulho para quem a possui e inveja para outros? Pois é, foi um som propositalmente planejado e pensado, através da anatomia do motor, temperaturas de combustão e intervalos entre as explosões, milimetricamente calculados. Deixando o aquele “pop-pop” … “pop-pop” … “pop-pop”… único. Caso não lembre, ouça aqui embaixo.
Esse ronco foi até alvo de um processo de patente na década de 90, no qual a Harley queria garantir que nenhum outro fabricante poderia tentar imitar o som, mas acabou desistindo depois de tantos conflitos. Nem precisou, né? Afinal ninguém conseguiu copiar até hoje.
E pra fechar o assunto sobre audio design. Confere só esse impressionante som 3D e tente imaginar o cenário, apenas ouvindo. (Ah! Só é possível perceber o 3D usando fone de ouvidos e fica ainda melhor se fechar os olhos)
Espero que tenham gostado 🙂[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]