Todos os dias, o mercado consumidor se torna mais exigente, a migração para o ambiente digital aumenta e as tecnologias mudam com maior velocidade.
Como consequência, as empresas precisam repensar seus modos de trabalhar e investir em alternativas estratégicas focadas em inovação. E isso vale especialmente para as startups, que já tomaram como características próprias o ritmo acelerado e a evolução constante, e por isso dependem das novas tendências.
É nesse contexto que surge o Growth Marketing, ou Growth Driven Design, que busca melhorar a experiência do usuário e aumentar os índices de conversão. Mas essa é uma forma bem redutora de se falar dessa abordagem em ascensão.
Sou Alex Vedan e, a seguir, vou comentar o que é o GDD, como funciona, como aplicamos na TRACTIAN, qual é o papel do designer nesse processo e por que é uma estratégia vantajosa para startups.
O que é o Growth Driven Design?
Traduzido livremente como Desenvolvimento Orientado ao Crescimento, o foco da estratégia é tornar a experiência do consumidor mais fluida.
A ideia é facilitar a navegação e a acessibilidade durante o processo de compra no ambiente digital. O resultado são os incentivos para futuras compras e recomendações para potenciais novos clientes, criando um ciclo de recorrência que impacta diretamente nas vendas e no retorno financeiro da empresa.
Criado a partir do Inbound Marketing — no qual o cliente procura a empresa e esta realiza ações para atraí-lo e construir uma relação duradoura —, o Growth Driven Design existe para manter e intensificar essa fidelização de consumidores, e faz isso enquanto procura estratégias melhores e etapas mais simples para não prejudicar o desenvolvimento da organização.
Os principais pilares da abordagem incluem a atualização constante (a cada poucos meses, no máximo) dos ambientes digitais, com implementações a curto prazo que buscam gerar retornos rápidos com baixo investimento.
Resumindo, é sobre entender, ou melhor, dominar as tendências de um mercado em constante movimento e usá-las a seu favor.
GDD na prática
Na teoria é uma coisa, mas, como funciona exatamente?
Como o próprio nome já diz, o Growth Driven Design foi criado para ser mutável e se adaptar às flexibilidades exigidas pela empresa, além de privilegiar as necessidades e preferências do usuário.
Construído a partir de ciclos que, por sua vez, contam com etapas de análise, planejamento, desenvolvimento, otimização, melhora de performance, entre outras frentes, é uma estratégia muito dinâmica e colaborativa.
Claro, o processo é diferente em cada empresa, e varia principalmente de acordo com o setor, serviço ou especialização, mas é possível traçar um panorama geral.
Primeiro, é necessário entender os principais fatores que sustentam a experiência do cliente e como torná-la mais agradável e simples. Conhecer a persona e entender seus desejos e necessidades é fundamental para qualquer estratégia de marketing, e com o GDD não poderia ser diferente.
Depois, colaborar com outras áreas internas da empresa para facilitar o acesso e navegação dentro do ambiente digital, garantir fácil comunicação com a companhia e respostas rápidas para dúvidas sobre entregas, devoluções, pagamentos, entre outros.
Assim, a partir de uma análise atenta e muitos testes, a organização consegue fazer um match perfeito entre seus ambientes e as necessidades dos consumidores.
Benefícios do Growth Driven Design
Entendemos o que é o Growth Driven Design e como aplicá-lo para garantir a melhor performance possível às plataformas digitais. Então, para recapitular tudo o que foi dito até aqui, os principais benefícios do GDD são:
Etapas leves e simples com atualizações constantes baseadas em ciclos
A grande questão do GDD é saber priorizar. Elaborar uma lista de tarefas ou desejos com maior e menor prioridade ajuda a estabelecer quais são as metas mais importantes para o negócio naquele momento, aumentando então a flexibilização.
As atualizações ajudam tanto a acompanhar tendências de comunicação visual quanto a acompanhar o mercado e o perfil do cliente, que estão sempre mudando, por mais clichê que isso soe.
Baixo custo
Assim como a construção da plataforma digital, os pagamentos no GDD são flexibilizados, gerando menor preço de implementação para o sistema — prioriza investimentos escalonados, o que pesa menos no bolso da empresa.
Além disso, por se basear em etapas simples e curtas e usar dados e métricas como parâmetros de desenvolvimento, é possível calcular o ROI (Return On Investment, ou Retorno Sobre o Investimento) a qualquer momento. Assim, você sabe a relação entre o dinheiro investido e o que está voltando.
Resultados rápidos
Não seria uma estratégia adequada para startups se não fosse 100% voltada ao desenvolvimento eficaz, certo?
Com suas atualizações constantes, o GDD encurta o tempo de publicação para atrair e impactar mais consumidores a fim de gerar resultados melhores.
Fidelização e ciclo de recorrência dos clientes
Como mencionado, o cliente é quem domina.
Toda a ideia por trás do GDD é aumentar o número de usuários na plataforma e criar esse ciclo de recorrência entre cliente e empresa.
Com a estratégia, você acompanha de perto os comportamentos de cada consumidor e consegue traçar um padrão para basear o desenho do site e ajustá-lo para obter a melhor experiência.
Geração de novos negócios
Clientes felizes geram atenção de novos clientes. É aí que a estratégia do GDD entra. Após uma boa experiência, é importante garantir que consumidores primários farão recomendações para potenciais novos usuários.
Por que é essencial para startups?
Priorização do cliente, rápida evolução, baixos custos e foco em inovação são todas características que remetem às startups, não acha?
A categoria compreende empresas emergentes com grande potencial de desenvolvimento e que têm como pilares básicos o pioneirismo, a inovação e a criatividade — logo, elas têm muito o que aproveitar do Growth Driven Design.
A pandemia de Covid-19 amplificou ainda mais a migração de estabelecimentos comerciais ao mundo digital — de acordo com dados da Paypal, o número de lojas virtuais brasileiras aumentou em 40,7% entre agosto de 2019 e 2020 —, o que elevou a necessidade do mercado de ser dinâmico e criativo nas alternativas.
Atentas às tendências e constantes evoluções do mercado, as startups podem — com boa usabilidade, interatividade, estética e velocidade — aumentar seu retorno financeiro através das novas estratégias de marketing.
O Growth Driven Design é uma maneira simples de atingir objetivos específicos de um negócio em fase inicial, como atrair novos (e fiéis) clientes. As atualizações constantes e a rapidez na publicação ajudam na geração de leads qualificados e demonstram diferenciais do produto ou serviço.
Como designer e head de marketing da TRACTIAN, as pequenas mudanças nos produtos e ambientes digitais já são parte da rotina. O tempo todo, alteramos detalhes estéticos ou de usabilidade para testar se geram resultados diferentes em engajamento e geração de leads — e assim melhoramos nossa performance diariamente.
Para não ficar só na teoria, aqui vai um exemplo: recentemente, alteramos a posição de um botão de CTA (Call To Action) em nosso site. A alteração foi simples, movemos para cima alguns elementos que estavam próximos ao botão e o deixamos ali sozinho, em posição de destaque. Bingo! O resultado foi quase que imediato e o número de cliques aumentou em mais de 20 vezes.
Além de sempre ouvir as novas ideias e testá-las constantemente, a equipe também reconhece a importância do bom gosto e da estética bem empregada ao design.
Nossa identidade visual e a forma como a mantemos em todos os nossos produtos, serviços e ambientes digitais são fundamentais para os bons resultados da startup. Não é à toa que, se observarmos as “unicórnios” (startups avaliadas em US$ 1 bi) do Brasil e do mundo, nos deparamos com organizações com ambição estética e muita influência do design thinking.
Se em menos de um ano a TRACTIAN cresceu 400%, é em grande parte graças aos designers da equipe e ao fato de que há um designer entre os líderes da organização.
É por isso que estamos sempre em busca de novos talentos do design (juniors e seniors) para somar ao time. Confira nossas vagas.
O papel do designer em tudo isso
Além de cuidar de toda a parte visual e estética de uma empresa — que como mencionado, é vital para atrair o consumidor —, o designer também é responsável por lidar com estratégias e processos comunicacionais.
Ao colaborar com outras áreas, esse profissional potencializa a produtividade e tem papel ativo no desenvolvimento de soluções inovadoras, funções que se relacionam diretamente ao propósito do Growth Driven Design.
Extremamente versáteis, designers são indispensáveis quando o assunto é fazer empresas crescerem, especialmente startups. Eles são vitais para a construção da marca e desenvolvimento da identidade visual, além de atuarem na parte estratégica e se destacarem pela capacidade de solucionar problemas com alternativas criativas e inovadoras.
Quando falamos de Growth Marketing, os designers são ferramentas valiosas — com experiência em comunicação e cultura corporativa, conseguem atuar em diversas áreas com praticidade para cortar tempo e custos de tarefas. Mais uma vez, ficam claras as intersecções entre esses profissionais, o Growth Driven Design e as startups.
É no que se baseia o Design Thinking, método para estimular soluções rápidas e práticas, ou seja, pensar como um designer. Pensar como um profissional que se adapta às constantes mudanças do mercado e encontra formas de cortar custos, obter resultados, dinamizar e simplificar processos, tudo isso enquanto prioriza e fideliza o consumidor.
Por: Alex Vedan – Sócio e Head de Marketing na TRACTIAN.
Já estou obcecado pelo método GDD. É o que eu chamo de live design, o design como ferramenta viva de mudança e inovação, não só visual, mas principalmente organizacional.