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Design Social – Transformando a vida da comunidade

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William Mendes

Mercadólogo, atuo na área de marketing há 10 anos. Acredito no poder do marketing de conteúdo e demonstra isso através da escrita.

Se você quer ver um designer surtar, basta reduzir o design a estética, ao simples ato de embelezar tudo ao seu redor.

O design está relacionado com a funcionalidade, a cadeira que tem altura regulável, o tênis que possui uma pequena alça(bootstrap) no calcanhar, são elementos que melhoram a utilização do produto.

O Design Social surge para atender necessidades específicas de consumidores menos favorecidos, economicamente, socialmente ou culturalmente.

Este segmento está diretamente relacionado com o marketing social, que enfatiza a responsabilidade social das empresas.

Porém, enquanto o Design Formal satisfaz os desejos dos consumidores, o Social busca ser inclusivo.

Assim como nas ações de marketing social, nesta vertente do design, as empresas geram uma imagem positiva através destas ações.

Para que você possa aplicar este conceito na sua empresa, iremos abordar os seguintes temas:

  • O que é Design Social?
  • Qual o Impacto na Sociedade?
  • Como as empresas podem se beneficiar

Continue a leitura!

O que é Design Social?

O Design Social busca atuar onde os designers estão ausentes, que não há interesse da indústria em gerar soluções para melhorar a qualidade de vida, de um grupo socialmente excluído.

No início da década de 70, a ideia de que o design deveria ser voltado apenas para o mercado de consumo e a obsolescência programada.

Victor Papanek foi um dos precursores, onde ele incentivava outros designers a vivenciarem a realidade de países e grupos menos desenvolvidos, para que pudessem aperfeiçoar seus produtos para atenderem as necessidades locais.

O designer deve levar em consideração 8 fatores, que são:

  1. Funcionalidade;
  2. Ergonomia;
  3. Cultural;
  4. Econômico;
  5. Ambiental;
  6. Estético
  7. Tecnológico;
  8. Social.

Isto exige do designer conhecimentos interdisciplinares, como: sociologia, psicologia, antropologia e políticas públicas.

Diretrizes de um projeto social

O produto precisa utilizar materiais simples, afinal, isto o torna mais acessível e barato.

A qualidade dos materiais utilizados, devem ser compatíveis com as necessidades do produto.

As pessoas responsáveis pela produção devem ser capacitadas e compreender os processos.

Os produtos devem se adequar ao contexto sócio-cultural.

O redesign deve atender as necessidades do grupo, e não apenas padrões estéticos.

É preciso melhorar a autoestima do grupo social, ser funcional e ter boa usabilidade.

Valorizar a cultura, os valores sociais e ambientais da região. O estilo e o simbolismo do grupo, também deve estar presente neste produto.

A linguagem precisa ser inclusiva e não excludente.

É preciso ser racional na utilização da matéria-prima e os seus meios.

O ciclo de vida deve ser longo e de baixo custo, combatendo a obsolescência programada.

Nos próximos tópicos veremos como muitas empresas modificam seus processos, para ajudar as comunidades locais.

Qual o Impacto na Sociedade?

O Design Social precisa projetar cenários para antecipar os acontecimentos, para minimizar os riscos de situações indesejadas, e minimizar os impactos sociais e ambientais.

Existe uma busca em unir o pensamento e a prática, para viabilizar o estilo de vida e buscar meios de sustentar esse estilo

O objetivo é promover uma vida melhor para as pessoas e sem prejudicar a natureza.

Os interesses culturais e sociais de um determinado povo, devem ser preservados mas promovendo as interações sociais.

Embora sejam campos diferentes, o Design Sustentável, que é sustentado pelos pilares: 

  1. Economicamente Viável; 
  2. Ecologicamente Correto; 
  3. Culturalmente Aceito;
  4. Socialmente Justo.

De forma objetiva, o Design Sustentável é a fusão do Design Social com o Ecodesign, onde o produto deve ser economicamente viável, socialmente equitativo e benéfico para o meio ambiente. 

Como as empresas podem se beneficiar

Existem diversas iniciativas bem sucedidas sendo aplicadas em todo o Brasil. Uma delas é o Banco de Paraisópolis. Através do financiamento de empresários, o banco será capaz de financiar comerciantes e moradores locais.

Todo o dinheiro é destinado à um fundo, quando o banco realiza um empréstimo, retira deste fundo e após o pagamento, o dinheiro retorna para ajudar outros moradores.

Os juros que são arrecadados, são utilizados para financiar outras iniciativas e projetos sociais dentro da comunidade. Ações colaborativas, movem este mercado.

Com o desenvolvimento econômico dos moradores, outras empresas passam a ter interesse em atuar na região. Gerando mais empregos e facilidades na obtenção de créditos.

Este desenvolvimento se dá por meio da capacitação dos comerciantes locais, através de cursos que ensinam como gerenciar uma empresa, passando por conhecimentos administrativos até ações de marketing.

Este tipo de ação gera uma microeconomia que é capaz de aquecer o comércio local, estimulando o seu desenvolvimento econômico.

O poder das moedas sociais

No Piauí na cidade de São João do Arraial a moeda não é o real, mas sim o “cocal”. Uma moeda exclusiva do município.

Embora a moeda tenha o mesmo valor do real, ela possui um poder de compra maior, devido ao desconto oferecido pelos estabelecimentos da região.

Se um produto custa R$5, com a moeda social o cliente pagará apenas C$4. Isso é possível graças a organização financeira comunitária, que garante o lastro de 1 real.

Como os valores culturais sempre estão presentes, as cédulas carregam ícones da cultura regional.  

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imagem: portaldecamocim.com.br

Um detalhe importante é que na região existem apenas 3 policiais, devido ao baixo índice de criminalidade.

Neste momento, podemos ver que ações como esta, impactam diretamente a vida dos moradores, aumentando a qualidade e dando autonomia para as pessoas.

Espero que após ler este artigo, você veja o design com outros olhos, e não que a estética seja algo dispensável, mas que o design vai muito além do visual.

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admin
2 anos atrás

não gostei, vai trabalhar vagabundo

Felipe
Felipe
1 ano atrás
Responder para  admin

Incrível o nível de ignorância e falta de educação de alguns seres. Não gostar faz parte, agora, não gostar, desrespeitar e não propor é, no mínimo, demonstração de falta de cognição, falta de capacidade de diálogo social em rede e do claro não entendimento do próprio entorno.

joao victor
joao victor
2 anos atrás

muito bom, adorei o conteudo 🙂

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