Designer feliz não enche o saco! Wow, que grosseria é essa? Você deve estar se perguntando, mas fique tranquilo, eu explico. Sua felicidade como designer depende de você ou do seu cliente? Vamos descobrir juntos.
Designer feliz não enche o saco! Não é novidade pra ninguém que a profissão de designer nem sempre é um mar de flores. Mas se para você está indo tudo bem, não há do que se queixar, certo?
Quero começar do início. Vamos falar sobre o que lhe trouxe a esta profissão. Você, provavelmente, era um jovem ou uma jovem serelepe e saltitantante pelos campos da criatividade. Posso até ser pretensioso em afirmar que você observava as demais profissões a sua volta e percebia que não se encaixara em nenhuma delas. Escritório, papelada, relatórios e rotinas nunca foram algo agradável aos seus olhos.
Ok, os anos passam e você após a sua formatura e após tomar (ou não) alguns drink’s com seus amigos formandos cai em uma nuvem de dúvidas sobre o que fazer da sua vida. Conversa com seu pai e ele quer que você seja médico, engenheiro ou advogado como ele. Sua mãe, talvez um pouco mais compreensiva, prefere que você dedique suas forças em qualquer curso, desde que em um futuro breve você possa se dedicar a fazer um belo e concorrido concurso público para que tenha uma estabilidade. Ah, a famosa, famigerada e querida por todos es-ta-bi-li-da-de. Seria um sonho se você não tivesse esta sua mente em extrema ebulição de ideias e ideais. Estar em um lugar por 30 a 35 anos, fazendo a mesma coisa, só para não passar pelo desconcertante momento de incerteza ao perder o emprego não te assusta tanto assim.
Diante de tal cenário você resolve conversar com a sua avó ou um amigo mais experiente que passou por poucas e boas nesta vida, cujo qual você confia plenamente para poder lhe aconselhar. Como seria bom viver em um mundo sem convenções onde você possa escolher o que fazer da vida. Eis que esta nobre pessoa, com um sorriso de cabelos embranquecidos pelo tempo, lhe olha com um certo olhar fraternal e inicia um longo diálogo:
– Mas você pode.
– Como?
– Sim, você pode fazer o que quiser. A vida é só uma passagem. Faça dela o que achar melhor. Desde que seja algo honesto e não maltrate seu corpo para tal.
– Mas e meus pais, meus amigos. O que vão pensar?
– No início vão bradar, estranhar, mas quando perceberem que você estará feliz na profissão, esquecerão… Nada deixa seus pais mais felizes do que saber que você também está feliz.
Este papo se desenvolve por mais umas quatro, cinco horas.
Neste momento você percebe que tudo começa a se encaixar e a fazer sentido. Você é uma pessoa criativa, artística e quer utilizar toda a sua vontade de inovar em um negócio, seu ou não, em um produto, seu ou não.
Eu sou a lenda
Bacana! Você finalmente estudou, se dedicou e se entregou de corpo e alma para chegar onde está. Iniciou sua carreira, passou por perrengues e comeu todos os desafios no café da manhã.
Numa bela e modorrenta tarde de quarta-feira você foi pressionado por um atendimento que não entendia muito da sua área a fazer uma alteração no job que iria totalmente em desencontro com tudo o que aprendeu sobre comunicação. Este foi o ponto, o seu Day One. O dia em que você percebeu que, após tantos elogios, jobs aprovados e prêmios, dedicara tempo demais ao sucesso de terceiros. Você é uma lenda da direção de criação e se perguntou:
“- Por que não eu posso voar? Acho que chegou a minha hora de voar. Sim, eu acredito que posso voar e acredito que posso tocar o céu. Finalmente serei um designer feliz!”
À procura da felicidade
A difícil decisão do pedido de demissão chegou. Você pegou a sua grana e finalmente conseguiu montar o seu home office do jeito que sempre quis. Aquela bela parede com seus livros na estante, um iMac, um ambiente clean, iluminado e altamente inspirador. Já faz vários stories falando sobre seu novo momento. Investe a maior parte da sua grana em seu espaço de trabalho sem pensar em sequer guardar uma grana para reserva de emergência ou capital de giro.
Você está fazendo tudo certo. Fez sua identidade visual, distribuiu cartões de visita e deu um belo tapa em suas redes sociais. Tudo bonitinho como manda o figurino. Agora a chuva de clientes que me procurava vai chegar. Humm será?
Os dias passam, as curtidas não se convertem em vendas. Os elogios continuam chegando, mas onde estão os clientes e principalmente a grana que você investiu? Não aparecem. Neste momento a frustração começa a chegar e chega com velocidade. Onde será que eu errei? É a pergunta que martela em seus pensamentos, principalmente quando está em seu travesseiro.
A Rede Social
Como muro das lamentações, você resolve buscar uma fuga em grupos de redes sociais. Ao invés de utilizar o seu tempo buscando alternativas para resolver os seus problemas, você se entrega aos grupos e passa a fazer parte daqueles que apontam os defeitos desta profissão. A cada comentário bacana sobre a profissão você enche o saco do coleguinha com seus comentários negativos. Ora, toda profissão tem os seus percalços. A atividade de direção de arte, direção de criação, arte finalista, marketing digital e todas as demais novas vertentes da área de comunicação que foram transformadas com a popularização da internet têm os seus desafios.
Finalmente chegamos ao ponto que eu gostaria. Talvez este texto esteja um pouco em desacordo com o que você pensa, tudo bem assim. Acredito fielmente que mais que uma profissão que tenha seus problemas, a vida tem seus problemas. Quem dera se a vida pudesse ser feita a partir de um briefing e assim criarmos as melhores respostas. Os problemas estão aí o tempo todo e o ponto que fará o novo ritmo da sua vida e da sua profissão é esta pergunta:
O que você vai fazer com isso?
Já antecipo minhas desculpas caso que se sinta ofendido ou simplesmente não concorde, ok, tudo bem também. Mas existe uma frase, aliás, duas que podem parecer duras, mas fazem todo o sentido:
“Se tem um limão, faça uma limonada”.
Ou seja, se tem um problema ou uma crise, seja criativo e tente buscar soluções e/ou ajuda para resolver o mais rápido possível e da melhor forma. Chorar, murmurar, reclamar não te ajudará em nada.
Humm… essa pegou forte. Calma! Não sou o tipo de cara sem empatia. Aliás, empatia eu tenho de sobra.
O caso aqui não é a lágrima, e sim a necessidade. Existem pessoas chorando a pergunta acima que apareceu foi: O que eu vou fazer com isso? Vou vender lenços para que limpem suas lágrimas e tornem este momento, de certa forma, um pouco mais confortável.
Se o seu cliente não te valoriza o suficiente e não te respeita, você já parou para pensar que talvez esteja vendendo sua expertise, sua dedicação, seu tempo para o público errado? Já pensou nisso?? Seja o líder e guie sua vida rumo ao que realmente importa.
Lições de Rocky Balboa
Ao invés de dedicar as suas forças a disciplinar o seu cliente que não te valoriza e que por mais que você tente fazer com que ele entenda o real valor da marca, o imensurável valor da comunicação, ele não o reconhece como um profissional de qualidade, busque por clientes que entendam.
Já há bastante tempo a informação é a moeda, utilize-a dela melhor forma. Uma informação comum em quase todos os meus artigos é que a internet aproxima o mundo. Você tem o mundo na tela do computador e quase todo o mundo, pelo menos as empresas e seus possíveis clientes estão lá.
O bom e velho Rocky já dizia:
“O mundo não é um grande arco-íris… ninguém vai te bater tão forte quanto a vida… eles tentarão de colocar de joelhos e você vai ficar de joelhos pra sempre, se você deixar… Só os covardes fazem isso e você não é covarde. Você é melhor do que isso! Não se trata de bater duro, se trata de quanto você aguenta apanhar e seguir em frente. O quanto você é capaz de aguentar e continuar tentando… That’s how winner is done!”
A vida é uma luta diária e constante. Ela vai te deixar na lona. Te resta só um pouco de energia. Canalize essa energia para você dar o seu golpe de vitória. Segundo Jim Rohn, você é a media das 5 pessoas com quem mais convive. Esteja rodeado de pessoas, clientes, amigos que lhe acrescentam. As redes sociais crescem absurdamente porque elas são conexões de pessoas com pessoas. A tecnologia é só a ferramenta. Dedicando-se mais em busca da não reclamação, tenho certeza de que seu horizonte ampliará e você conseguirá enxergar melhor um mundo de clientes ansiosos pelo seu trabalho. Tem espaço para todo mundo. Nunca a palavra colaboração esteve tão presente em nós. Somar, multiplicar é sempre melhor que dividir.
E lembre-se: designer feliz não enche o saco!
Obrigada.