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Bauhaus em 4 momentos: Liberdade, histórico, movimento e expressão.

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Jéssica Yamada

Jéssica Yamada

Humana inconformada, inquieta, curiosa. Apaixonada pelas artes tenho como preferidas, arquitetura, cinema e gastronomia. Minha curiosidade diversa costuma me levar para fora dos lugares comuns e que podem fugir um pouco da lógica. Arquiteta e Urbanista de formação, hoje divido minha vida trabalhando com inovação e vivendo meus hobbies.


Do grito de liberdade aos rígidos conceitos pré definidos. As sistemáticas regras, processos inusitados, uma lenda entre o ensino e uma revolução na área das artes. No meio da dualidade entre liberdade e processo, Bauhaus se destacou por seus mais diversos aspectos. Uma referência moderna e contemporânea até os dias de hoje. 

Se você é das artes, ou especificamente da arquitetura certamente já passou por Bauhaus.

Nesse artigo vamos falar sobre o peso carregado por essa expressão, por essa escola alemã de artes para ser mais exata e, porque é tão importante até hoje. 

Liberdade 

Como precursora do movimento modernista no mundo, Bauhaus teve um movimento próprio que levava seu nome, além de grandes nomes que compõem um cenário influente até mesmo no mundo contemporâneo como Le Corbusier, Ludwig Mies van der Rohe.

E não só isso, além da influência no movimento arquitetônico, tendências de funcionalidade alinhado à estética de objetos e adornos, minimalismo na decoração, linhas retas e formas geométricas. 

Bauhaus foi uma escola superior/ técnica com o objetivo de ministrar Arquitetura, Urbanismo além das Artes no geral, desde as que antes eram consideradas inferiores como marcenaria e costura. Todos os cursos e disciplinas estavam alinhadas ao mesmo propósito.

Alguns estudos indicam que a origem do nome Bauhaus vem da junção de dois nomes em alemão Bauen que significa para construir e “haus” que significa casa na mesma língua. 

Grandes obras Arquitetônicas, além da grafia e objetos característicos dessa época são responsáveis por esse breve momento, porém de extrema relevância no contexto histórico artístico. Aqui abrimos um parêntese para explicar a sutil diferença entre a definição de moderno e contemporâneo em linhas gerais.

O Moderno foi um estilo classificado para as criações arquitetônicas especificamente realizadas entre a década de 1920 e 1950 aproximadamente. Uma quebra de regras  neoclássicas no campo das artes e na arquitetura teve como algumas das principais características nas construções o uso de cores neutras, materiais aparentes, vãos livres e uso  predominante de branco. 

Villa Savoye
Villa Savoye obra Le corbusier, grande ìcone do modernismo 

Nas características consideradas contemporâneas seguem algumas tendências classificadas como modernas, porém, como um estilo vivenciado no agora. A sua classificação acaba se tornando extremamente subjetiva. Ficamos presos no que podemos ver atualmente, mas ainda não há como se prender ou até mesmo limitar a um conjunto de regras que ainda não estão escritas. Para ter  uma  breve noção, algumas das características que podemos chamar de contemporânea são, o uso de tendências, cores, mobiliários, algum móvel de destaque e geralmente uma cor que é escolhida como ponto focal e principalmente a personalização dos espaços “que fica a sua cara” e o uso de vegetação interna. 

Galaxy SOHO de Zaha Hadid
Galaxy SOHO de Zaha Hadid um exemplo de arquitetura contemporânea

Resumidamente, na próxima vez que quiser dizer que algo é inovador pode substituir por contemporâneo. Ala Bela gil (quem pegou a referência pegou haha) 

Histórico 

Quando paramos para analisar o momento, a escola Bauhaus como conhecemos iniciou suas atividades em 1919. 

No momento do fim da primeira guerra mundial, antecedendo a segunda, um cenário da cidade devastada em foco de um dos principais países atingidos, a Alemanha.

Não muito tarde Bauhaus sofreu as consequências de estar onde estava e provocar o status quo da época. Causando seu fechamento em 1933 devido ao nazismo alemão. 

A interdisciplinaridade  entre os cursos ministrados em Bauhaus, foram certamente responsáveis pelos grandes impactos no que diz respeito à formação dos seus alunos. O conceito de espaço aberto interno na escola, levou a igualdade entre todos que habitavam o espaço, além do curioso equilíbrio entre homens e mulheres interessados nos estudos da escola. 

Abajur
Abajur Wagenfeld-Leuchte (ou Bauhaus-Leuchte)
Uma das criações de Bauhaus

Movimento 

O ponta pé se deu por Walter gropius  o fundador de Bauhaus, ficou em sua direção até 1927, entre suas obras mais famosas está A fábrica Fagus, uma representação do modernismo, localizada na Alemanha hoje é um dos patrimônios incluídos na lista da UNESCO.

fabrica fagus
A fábrica Fagus de Edward Werner, com fachadas desenhadas por Walter Gropius e Adolf Meyer.

Mies Van der Rohe, último diretor da escola, já citado no artigo anterior, old friend. Ficou conhecido por suas obras em um formato que ficou conhecido pelo modelo de pavilhão e seus famosos arranha-céus, ambos com uso abundante de aço e vidro. Como último diretor foi, exilado para o Estados Unidos onde mais tarde se naturalizou. 

Entre Gropius e Van der Rohe tiveram mais alguns diretores entre sua fundação e seu fechamento pelos nazistas respectivamente em 1919 e 1933

Pavilhão barcelona de Mies van der Rohe

Entre seus diretores e o passar dos anos Bauhaus teve suas tendências marcadas pelos momentos, não tornando mais ou menos significativo no decorrer do seu trajeto. 

É comum que em algumas bibliografias na história,  o movimento Bauhaus seja tratado em três grandes fases, ou sua explicação seja marcada por cada um dos seus diretores. Mas o que podemos estabelecer é que o conceito da escola e o motivo da sua criação sobreviveu no decorrer do tempo da sua existência. 

Expressão

Passou a se tornar símbolo de liberdade de expressão, representatividade, força e personalidade na composição total do significado da palavra, comunhão e comunidade.

Prédio comercial em jardim da penha, capital do Espírito Santo Fonte: Google Earth

Qualquer semelhança com a primeira foto do artigo não é mera coincidência. A sua influência está dos modelos claramente inspirados, até na sutileza do minimalismo contemporâneo que carregamos em nossas casas e dispositivos, cada vez mais clean.

Bauhaus certamente abriu portas para quebra de paradigmas, formalização de disciplinas que não eram antes ministradas em faculdades como o urbanismo, a fundamentação do pensamento crítico de arquitetos, urbanistas e um olhar sensível aos usuários principalmente das cidades.

Vemos que Bauhaus foi além de um  movimento, uma sua força de expressão. O simbolismo, é um ponto pacífico dos mais diversos críticos e estudiosos. E quem tem alguma crítica contra Bauhaus fale agora ou cale-se para sempre!

Curiosidade *extra

Bauhaus já foi inspiração até para o doodle do Google quando comemorou o seu centésimo aniversário.

Dê uma conferida através do link : Link para doodle

Gostaram? Algo contra Bauhaus? Fale agora ou fique em silêncio próximo a todo e qualquer artista/arquiteto 🙂

Brincadeiras à parte gostaria que compartilhassem as sinceras opiniões e outras curiosidades que acrescentassem o repertório coletivo de nós leitores desse blog. No mais Até breve.

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Rafael M
Rafael M
2 anos atrás

Artigo incrível, sempre importante saber e entender um pouco mais da história de algo que influenciou tanto o design, como outras áreas também.

Jéssica Yamada
Jéssica Yamada
2 anos atrás
Reply to  Rafael M

Ei Rafael, muito obrigada pelo feedback! Espero te ver nos próximos artigos.

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