Aprender fazendo. Arregaçar as mangas. Rodar na prática. Colocar a mão na massa. Essas são algumas ideias associadas ao Movimento Maker, um novo jeito de fazer que está conquistando muitos adeptos que buscam se reinventar nesses tempos de desconstrução de valores e novas formas de consumo, quando surgem possibilidades incríveis de inovar e colocar à prova toda a criatividade que habita em nós.
E o movimento maker é mais que isso: é formado por pessoas que estão tentando se redescobrir fora do eixo tradicional do mercado ao perceber que este movimento se justifica pelo fato de conectá-las aos seus propósitos, skills e gostos. Além é claro, de desafiá-las ao novo e quem sabe empreender.
É um jeito de pensar fora da caixa, de sair do lugar comum por si mesmo, observando as oportunidades que surgem a todo o momento, mas ao mesmo tempo estão conectadas com as preferências pessoais, com a possibilidade de descobrir novos espaços que podem ser ambientes para conexões inéditas e muitos aprendizados.
E nesse movimento de descoberta, a chance de você criar algo original, com a sua identidade, com a sua marca, traços da sua história e, como consequência encontrar um público que se identifica com a seu estilo e jeito de se conectar com o mundo, é bem grande.
Como começou o Movimento Maker
Era 2005 quando o empreendedor Dale Dougherty lançou a primeira revista sobre o tema, a Make Magazine, que é publicada até hoje e a produzir a Maker Faire que acontece em muitos países. No começo a revista era dedicada a adeptos de tecnologias e cientistas.
Atualmente crianças e adolescentes tem se interessado muito pelo assunto. Algumas escolas já incorporaram essas práticas em seus programas, para que os alunos possam explorar as suas capacidades criativas em espaços mais abertos.
Dale acredita que o movimento maker propõe uma grande revolução na criatividade e a tendência é que ele só cresça no mundo todo. A internet é claro, deu uma mãozinha para esse sucesso, digo, mãozona ao conectar mais facilmente as pessoas a projetos. E também facilitou a troca de informações com muito conteúdo em vídeo que ensina o passo-a-passo de qualquer coisa.
Para ele, este movimento representa novas maneiras de produzir objetos, informações e conectá-los em rede. É possível encontrar parceiros para desenvolver trabalhos ou produtos que possam ser criados e recriados de forma colaborativa.
Somos todos criadores
Dale sempre acreditou na necessidade das pessoas manifestarem suas ideias colocando a mão na massa. Afinal, todos nós temos potencial de sobra para desenvolver novas coisas e jeitos de fazer. Está na essência do ser humano criar.
Nesse vídeo ele fala exatamente sobre isso.
E hoje os ventos estão muito a favor do movimento maker, porque temos mais acessos a equipamentos e tecnologias que não estão restritas ao mundo corporativo. Muitas inovações caíram no gosto dos criadores e se tornaram mais populares nos últimos tempos.
E agora ainda mais com a expansão dos laboratórios abertos, conhecidos como makerspaces ou Fab Labs, que oferecem maquinários para impressão 3D, máquinas CNC e para gravação e corte a laser de uma forma compartilhada e com custo baixo para fazer testes e protótipos.
Achei bem legal o Projeto do Senai LabTruck Tour, que rodou 15 cidades mineiras no segundo semestre do ano passado, com a proposta de realizar oficinas tecnológicas e incentivar essa nova cultura. Tudo bem dinâmico, como pede o figurino do movimento maker.
Aqui em Vitória, capital capixaba, tem o Lab Senai. No Brasil tem vários outros exemplos. As pessoas compartilham espaços e equipamentos, mas também experiências e ideias. E isso faz toda a diferença para o processo criativo!
Cultura Maker
Falar de criação para criadores criativos parece redundante, né? Ainda mais em nossa área de design, marketing e comunicação, que a criatividade parece ser a condição básica de todo santo dia, quase como o bom e velho hábito de tomar café. : )
Mas o movimento maker incentiva a todos e a qualquer um a criar, testar e validar inúmeras possibilidades.
A cultura maker ou cultura DIY (Do It Yourself) como também é conhecida, é um convite para que cada um de nós assuma as rédeas do fazer na prática, porque assim aprendemos mais e nos descobrimos mais também.
Thomas Edison, o inventor da lâmpada poderia nos contar sobre a sua rica “experiência mão na massa”, quando encontrou o jeito certo de fazer a lâmpada (dizem que foi na milésima tentativa), afirmou que havia encontrado 999 maneiras de não fazê-la.
O pensamento dele tem ou não uma dose extra de um mindset pra lá de inovador e super alinhado com os nossos dias, mesmo tendo vivido no século XIX? Não deve ser por acaso, que a lâmpada se tornou o principal símbolo da criatividade…
Will, um bom exemplo maker
Um profissional maker é capaz de materializar as suas ideias, e para isso é preciso ter uma dose extra de vontade de começar fazendo! E de preferência fazer com estilo próprio, com a impressão da sua identidade nas criações.
Outro dia conheci o Will, que começou a frequentar o Lab Senai de BH para fazer painéis decorativos de palete nos maquinários de marcenaria. A variedade de máquinas desse espaço maker abriu as portas para novas criações.
Atualmente o Will também cria brincos lindos, que incentivam o empoderamento das mulheres afrodescendentes. Como o próprio público, eles são cheios de expressões fortes, cores e traços. Além disso, ele oferece oficinas em sua comunidade, curte fotografia e é músico.
Quem quiser conferir o trabalho dele é só segui-lo no insta: @w2acessorios e @w.willoficial.
Faça você mesmo
É claro que todo esse movimento, ao longo do tempo, vai gerar um impacto positivo, pois as pessoas vão descobrindo coisas novas e se conectando ao movimento que as coloca como protagonistas de suas criações.
Como aprendemos na física, tudo o que está em movimento, tende a permanecer em movimento. É isso que tem gerado uma onda global de transformações que começa por cada um de nós.
O “Faça você mesmo” nunca fez tanto sentido para toda uma geração que está ávida para contribuir com o mundo e participar das mudanças – e elas vão acontecer sim à custa da nossa própria energia transformadora.
Bora fazer fazendo?