Nômade digital – Uma nova experiência

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Paola Mariano

Paola Mariano

Publicitária com foco em marketing digital, conteúdo e planejamento pra redes sociais, metida a querer empreender, no mercado há 9 anos. Brindo a vida e os momentos sempre que dá, vivo no mundo da Lua, com uma boa cerveja, um bom vinho, comida boa, muitas leituras e a vontade que nunca morre de viajar por esse mundão de meu Deus!

Com certeza você já ouviu falar sobre as pessoas que vivem viajando e trabalhando por aí, não é mesmo? Bom, fui fazer um teste pra saber como funcionaria e trago algumas verdades pra vocês sobre o nômade digital.

Como é ser nômade digital?

Apesar de achar esse termo meio ruim, essa é a forma mais fácil de identificar do que estou falando. nomade digital

As pessoas que entram na aventura de viajar por aí e trabalhar de maneira remota sempre foram vislumbradas por quem curte conhecer novos lugares. 

A pandemia mostrou mais do que nunca que a possibilidade do trabalho 100% remoto é completamente possível, mas e quanto a trabalhar viajando? 

Bom, a ideia do nomadismo é você não ter um lugar fixo, é estar sempre em movimento e em constante mudança. 

Isso traz alguns questionamentos sobre as possibilidades de trabalhar em lugares diferentes e paradisíacos, mas também fica em questão detalhes como a estrutura, internet e principalmente, a disciplina. 

Eu sempre tive muita vontade de testar essa possibilidade. 

Apaixonada que sou por viagens e trabalhando cada vez mais em home office, decidi de supetão que poderia ser interessante abraçar essa vontade com tudo e ver no que dava.

Peguei minhas coisas e fui pra Bahia

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Assim mesmo, do nada! 

Depois de receber um convite de uma amiga pra ficar alguns dias na casa dela, na minúscula e paradisíaca vila de Santo André, não pensei muito.

Comprei a passagem só de ida, arrumei a mala e uma semana depois estava embarcando pra lá. 

A princípio eu não pensei muito sobre quanto tempo ficaria, por esse motivo não comprei passagem de volta. 

Não queria correr o risco de perder hehe.

Com o computador, agendas e caderno de desenho em mãos, eu tinha tudo o que precisava pra trabalhar de qualquer lugar onde eu fosse parar. 

Chegar a Santo André já foi uma primeira experiência da vida com pouco conforto que espera quem deseja ser nômade. 

Foram precisos 1 ônibus, uma balsa e uma carona pra chegar em casa. Tudo assim, com mochila nas costas. 

As ruas são de areia e o lugar é mega pacato e pequeno, cheio de muita cultura e gente boa, o que facilita um pouco conseguir carona pra ir a lugares mais distantes, como o supermercado que fica em Cabrália e onde só se chega de balsa.

Cheguei, e agora?

Bom, estando em um lugar paradisíaco e com muita coisa pra ver e conhecer, você deve estar se perguntando como organizar a rotina de trabalho e equilibrar isso com o turismo e a vontade de passar o dia inteiro debaixo de uma árvore na praia, né?

Assim que cheguei, já testei logo a conexão com a internet e encontrei o cantinho que seria meu local de trabalho. Apesar de que, nos dias seguintes, até a rede virou meu cantinho de dedicação às demandas hehe.

No total, eu passei 15 dias viajando, passei por Santo André, Guaiú, Cabrália, Barra do Caí e Corumbau. 

Nesse período tive algumas percepções sobre trabalhar enquanto está viajando.

Não é turismo: 

Diferente de quando a gente viaja de férias ou simplesmente a passeio, quando você está numa missão de testar a vida nômade, o foco precisa ser outro. 

Então, manter sempre atenção a disciplina e responsabilidades é uma questão importante.

Apesar de eu não ficar muito ligada no relógio, uma proposta minha durante a estadia lá, a não ser em dias de reunião, eu tirava um período do dia para ser o momento do computador. 

Isso significa que, quando eu estivesse com o computador aberto, não gostaria de ser interrompida e me comprometia a manter o meu foco ali, totalmente. 

Isso me mostrou uma coisa que já havia desconfiado antes, mas que ficou comprovado!

Gastamos muito tempo do dia fazendo NADA: 

É exatamente isso. 

Quando estou em casa, trabalhando de home office, 10h por dia parece pouco. 

Tem dias que eu paro de trabalhar por volta das 21h com a sensação de ainda faltar um mundo de coisas pra fazer. 

Isso se justifica pelas escapadinhas que damos nas demandas, seja pra dar uma conferida nas redes sociais, encher o carrinho da shopee com coisas que não vou comprar ou passar um café demorado e relaxar no sofá. 

A produtividade de fato, se formos juntar, não existe em todo o tempo que nos mantemos em frente ao computador e eu já falei disso em um outro artigo.

Quando você está em um lugar novo e morrendo de vontade de conhecer tudo o que for possível, o “tempo do computador” se torna muito mais importante e focado, você quer logo terminar aquilo ali pra poder ir ver as coisas e caminhar na praia.

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Essa concentração dedicada, com um propósito, me fez perceber que às vezes, na vida autônoma, poderíamos fazer muito mais coisas em prol da nossa saúde e lazer do que de fato fazemos por conta do “número de demandas”.

Essa foi uma lição que trouxe comigo, o “tempo do computador”.

Mulheres de Santo André.

Já falamos muito aqui no blog sobre a importância do ócio pra criatividade e aumento do repertório criativo, é sobre isso! 

É colocar coisas que caibam no seu dia a dia sem se apegar ao tempo que passa de frente pra tela fazendo vários nadas.

Não é só conforto: 

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Às vezes inclusive, não tem nada de conforto!

A única preocupação que você precisa ter é que a internet esteja funcionando, o resto, você simplesmente precisa se desapegar!

Numa das noites, passei acampada num calor sinistro dentro da barraca. Ainda bem que tenho facilidade pra dormir quando estou com sono hehe.

Viver viajando demanda economias, perrengues e preparação para o que estiver por vir. 

Muitas vezes nesses últimos anos acompanhando pessoas que se dizem nômades, vi os discursos de uma vida fácil e cheia de glamour.

Conhecer novos lugares, estar cada vez em um ponto diferente, conhecer várias pessoas, tudo isso é uma delícia! Mas o por trás do que vai pro feed também precisa ser contado.

Camping de Corumbau – Odoyá

Eu por exemplo, tenho uma vida aqui onde moro, pago aluguel, contas, cartão de crédito e tudo o que qualquer um que esteja lendo isso aqui paga.

Por isso, não poderia me dar ao luxo de gastar e “turistar” por aí como se essa fosse minha única torneirinha de dinheiro.

Isso traz algumas questões como alimentação, estadia e principalmente lazer.

No meu caso, nos primeiros dias economizei com a estadia, mas chegando em Corumbau precisei pagar pela locação.

Ou seja, equilibrar os gastos e saber até onde se pode ir é muito importante.

Uma outra possibilidade que identifiquei, é que muitos estabelecimentos aceitam viajantes para trabalhos temporários. 

Então, caso a grana aperte, ainda dá pra você fazer um extra, o importante é estar preparada pros perrengues.

Você não controla nada: 

Um detalhe muito importante pra quem quer se aventurar nessa ideia, é que nada é controlável!

Você pode se preparar, conseguir um lugar com internet muito boa, guardar suas economias e de repente, faltar luz na vila e ficar mais tempo do que estamos acostumados para voltar, ou precisar pagar alguma coisa que não estava prevista e a grana ficar curta mais uma vez.

É importante que você esteja sempre preparada pra desapegar do que idealizou e das expectativas que criou. 

Quanto mais controladora for a sua personalidade, mais você vai sofrer.

Na real, eu entendi que a vida nômade é uma amostra em doses gigantescas do que é a vida. 

Sem controle, sem rumo e bonita.

Sim, quando você está viajando você tende a achar as coisas mais bonitas não é mesmo? hehe

A gente repara mais à nossa volta, conversa com mais pessoas, tenta descobrir a história dos moradores locais e a culinária típica do local.

Se abrir é importante: 

Sair do seu “normal”, se abrir pra novas descobertas, pessoas e principalmente, pra entender realmente qual o seu ritmo de vida, são coisas que podem chegar a você nessa ideia de nomadismo. 

Eu entendi que sou procrastinadora porque sinto falta de estar vivendo mais a vida. Dessa forma, consegui entender que o tempo que dedico às minhas demandas precisa ser funcional e focado. 

Conheci pessoas incríveis que me ensinaram coisas que eu levaria a vida inteira pra descobrir. 

Fui voluntária na reforma de uma escolinha infantil no meio da mata de preservação.

Conheci mais lugares paradisíacos em 15 dias do que durante toda a minha vida. 

E percebi que pra conseguir fazer valer a ideia de estar por aí viajando e trabalhando, é preciso se deixar fluir. 

Os destinos aparecem, as companhias surgem e obviamente, os problemas são as vezes mais intensos, mas também mais simples de serem resolvidos.

Se te indico tentar?

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Casa de Ponta de Corumbau

Bom, tenho planos pra continuar a jornada! hehe.

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Escolinha de ensino infantil.

Mas cuidado, voltar pra casa pode exigir alguns dias de luto pós viagem pra você se recuperar haha

Boa viagem e boa sorte!

Bejos

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