Nosso cérebro tem a necessidade natural de buscar formas conhecidas em todas as nossas percepções e a ciência chama isso de Pareidolia.
Com certeza em algum momento você já identificou formas que lembravam animais nas silhuetas das nuvens ou de sombras, ou, quem sabe, rostos em objetos. Você não está paranóico. Isso nada mais é do que a nossa mente criando a partir de formas, aleatórias ou não definidas, imagens com significados. Tudo é construído através de padrões familiares ao nosso cérebro, que automaticamente tende a dar sentido e a transformar todas as nossas percepções em algo conhecido. Pareidolia é um fenômeno totalmente psicológico e comum a todos os seres humanos.
Mas o que esse estudo tem a ver com design? Bem, nosso trabalho é mexer com a percepção visual do outro e conhecer como mente humana interpreta essas percepções é fundamental, não é mesmo?
Ao pé da letra, pareidolia vem do grego “para”, que é junto de ou ao lado de, e “eidolon”, imagem, figura ou forma (Wikipedia). Além das formas visuais em imagens e textos, pareidolias também acontecem com sons, por exemplo quando ouvimos um barulho do nosso cotidiano e isso nos lembra notas musicais de uma determinada música, ou as famosas e assustadoras mensagens ouvidas quando um disco de vinil é tocado ao contrário. Tudo isso está diretamente relacionado às nossas crenças e a forma como percebemos o mundo a nossa volta. O que estou querendo dizer é que essas percepções vão variar de pessoa para pessoa.
Um exemplo dessa percepção visual em textos é o fato de algumas pessoas afirmarem que o logo da Coca Cola ao contrário quer dizer Alô Diabo.
Detalhe que esse recado seria apenas para o idioma português o.O
Ah! A pareidolia é responsável também pela nossa capacidade de identificar as expressões e emoções dos famosos emoticons. Que legal, né?
Mas Será Que Pareidolia é o Mesmo Que Mensagem Subliminar?
Teoricamente, existe uma grande diferença. As mensagens subliminares são criadas intencionalmente de forma não perceptível às nossas mentes, nos induzindo inconscientemente a fazer ou pensar algo (louco, né?), já a pareidolia é nossa mente criando o que não existe. Mas particularmente gosto da ideia de colocar tudo dentro do mesmo saco, rs rs rs… Até por que, eu Jaider, não acredito que a Disney tenha colocado um pênis intencionalmente no desenho do Mickey e da Minnie para induzir as criancinhas a pensarem em sexo. Diria apenas que o designer ou ilustrador, nesse caso, foi bastante infeliz na hora de criar o desenho ou alguém com a mente muito poluída foi capaz de identificar esse padrão semelhando a um pênis e difundiu a ideia 🙂
E aí:
(A) Mensagens subliminares
(B) Teoria da conspiração
(C) Infelicidade do design
(D) As crenças de quem está olhando
(E) C e D estão corretas
(responda nos comentários)
É claro que já tem muitos designers e artistas tirando um bom proveito dessa “falha” do nosso cérebro a bastante tempo. Criando intencionalmente condições ideais para que a nossa mente seja estimulada a criar esses padrões.
Claro que em ambos temos um pouco de Gestalt também, mas isso é assunto para um outro artigo
Gestalt refere-se a um processo de dar forma, de configurar “o que é colocado diante dos olhos, exposto ao olhar”. (Wikipedia)
Voltando… Quero destacar agora sobre Keith Larsen, um artista americano que resolveu juntar sua paixão pela ilustração com esse fenômeno da pareidolia, dando vida aos rostos que vê nas mais variadas coisas. O resultado foi bem inusitado e vale a pena dar uma conferida!
Em seu Instagram, Keith Larsen está sempre postando ilustrações novas.
Conte nos comentário como foi sua experiência de percepção com as imagens e nos fale o que achou deste artigo.
Se o assunto te fascinou, existe um grupo no Flickr chamado Faces in Places com um enorme acervo de fotos.
Até mais 🙂