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10 lições aprendidas no livro “O trabalho não precisa ser uma loucura”

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Paola Mariano

Paola Mariano

Publicitária com foco em marketing digital, conteúdo e planejamento pra redes sociais, metida a querer empreender, no mercado há 9 anos. Brindo a vida e os momentos sempre que dá, vivo no mundo da Lua, com uma boa cerveja, um bom vinho, comida boa, muitas leituras e a vontade que nunca morre de viajar por esse mundão de meu Deus!

E eu que nunca acreditei muito neste tipo de literatura, consegui tirar 10 lições de um livro que nem botei fé: O trabalho não precisa ser uma loucura. Quer descobrir quais foram? Vem comigo.

Longe de mim acreditar nesses livros que prometem te ensinar a ter mais organização, uma vida mais ativa, uma rotina mais leve ou blábláblá.

Eu sempre sou a pessoa que levanta da cadeira e vai embora quando começam com esse papo decoreba de auto-ajuda ou de startupeiro fanático. Sério, ZERO paciência. #treta

Por esse motivo, eu ler um livro que se chama “O trabalho não precisa ser uma loucura” parece mais uma das coisas improváveis que só aconteceria mesmo depois de uma pandemia global.

O fato é, dei uma chance e comecei a leitura. 

Boooom, simplesmente não consegui parar de ler enquanto não acabei. De fato ele tem uma leitura muito fácil e rápida, com capítulos curtos e parágrafos menores. Uma linguagem que muito me agrada, inclusive, com alguns palavrões pelo caminho. 

O trabalho não precisa ser uma loucura, é um livro de 224 páginas, escrito por Jason Fried – Cofundador e CEO da Basecamp e por David Heinemeier – Cofundador da Basecamp.

A ideia principal das páginas, é dizer como a Basecamp faz com que a sua cultura interna seja a melhor para as pessoas que lá trabalham e, a partir disso, trazer insights para a sua cultura empresarial.

O pilar que eles levantam a todo o momento é: O trabalho precisa ser um “lugar” de calma.

Calma é uma das palavras mais faladas (e mais importantes) do livro.

Então bom, sem maiores spoilers (existe isso em livros técnicos?), vamos as 10 lições aprendidas no livro.

1 . Calma: 

Obviamente, se eu já comentei que uma das palavras mais importantes do livro era calma, os autores trouxeram algumas boas lições para discutirmos sobre, aqui.

Como eu já venho falando, quando tratamos de trabalho colaborativo, não promover a competição dentro do ambiente de trabalho é um dos pontos mais importantes, certo? 

No livro, Jason e David falam de como manter um clima de calma e controle sobre as demandas, faz total diferença no resultado real da empresa.

Ou seja, nada de promover a competição, grandes alarmes, urgências inadiáveis e prazos insanos.

Segundo os autores, é completamente possível atingir o sucesso sem definir as metas e fazer delas as coisas mais importantes no ambiente de trabalho.

Uma das coisas que mais curti ler, sobre esse tópico, foram conceitos que eu já havia pensado, mas não sabia de um teste, pra saber a real eficiência, como por exemplo:

  • Ampliar o tempo de descanso
  • Ter expectativas razoáveis
  • Marcar reuniões como um último recurso
  • Evitar demandas em tempo real
  • Trabalhar remotamente
  • Repensar o conceito de carga horária e etc

A busca por ter um negócio de sucesso vem se tornando uma obsessão no meio corporativo, acreditar que os hábitos que vêm com isso são saudáveis me parece um surto coletivo.

Como dito em um dos trechos, não basta mais deixar uma marca no universo, eles querem conquistar a porra do universo inteiro! haha

Um ambiente de calma precisa ser um ambiente de paz. Um ambiente onde as pessoas não estão correndo atrás de capturar clientes, destruir concorrentes, matar tarefas. Um ambiente de negócios não precisa ser um ambiente de guerra.

E isso nos traz ao segundo aprendizado do livro:

o trabalho nao precisa ser uma loucura trabalhe metas

2 . Metas: 

Não defina metas.

A Basecamp não define metas por não se importar com a necessidade de fazer mais e mais dinheiro.

Para eles, é sim importante conseguir pagar os custos, manter o padrão de felicidade nos funcionários e continuar aumentando o lucro (como fazem ano após ano).

Mas não existe um dashboard crescente de metas que precisam aumentar 25% a cada ano.

Não existe uma busca incessante por gerar resultados a qualquer custo, daquela que faz o time ficar estressado e louco atrás de melhorias custe o que custar.

O objetivo é realizar o melhor possível a cada dia.

“ Metas são mentiras. Quase todas são números artificiais criados apenas com o objetivo de “estabelecer metas”. 

Pois é, para eles, nem sempre quem cria as metas está de fato criando um objetivo alcançável, com uma base sólida. 

E de fato, já vi muitas empresas traçarem metas com um objetivo inalcançável, que só serviu para frustrar equipes e estressar a gestão.

Mais dia menos dia, metas acabam sendo abandonadas ou reformuladas, causando ainda mais tensão e confusão sobre o trabalho que precisa ser realizado.

Para mim, uma coisa é você saber o objetivo pelo qual está se dedicando, outra completamente diferente, é você correr atrás de uma meta que não entende a composição, a necessidade e a qual já recebe, sabendo que não vai conseguir bater.

O trabalho parece “a toa”, sabe?

Se você tem a necessidade de traçar uma meta no seu negócio, porque não ser a de pessoas felizes, clientes satisfeitos ou simplesmente conseguir se manter no mercado? 

3. Trabalhar por mais horas pode ser sinal de ineficiência:

A qualidade da sua hora de trabalho é muito mais importante que a quantidade de horas que você dedica ao seu trabalho.

1×60 = 60

2×30 = 60

4×15 = 60

25+10+5+15+5 = 60

Todas as contas acima representam uma hora, certo? Mas a forma com que você ocupa esses minutos é o que diz sobre a qualidade do resultado final.

Suas horas precisam ser mais eficazes. Veja bem, não mais produtivas e sim, eficazes! Você não é uma máquina para precisar ter mais produtividade, você não precisa espremer cada vez mais trabalho em menos tempo. Máquinas conseguem trabalhar sem parar, você não.

Portanto, o importante é a concentração e a qualidade do tempo que você dedica às tarefas que precisam ser realizadas. 

Não ter interrupções, quebras de raciocínio, mudança de foco por exemplo.

Quando você dedica apenas o tempo necessário para executar tarefas, sobra tempo para seu lazer, sua família, esportes ou para regar as suas plantinhas.

Isso também é importante para manter seu trabalho eficiente. 

Aceitar a idéia do ócio criativo pode te render mais produtividade do que ocupar o tempo fazendo várias coisas que no fim, não terão nem sequer um resultado real.

4 – Você não precisa estar presente o tempo todo:

Nem fisicamente, nem digitalmente.

Com o advento do home office por conta da pandemia, muitas empresas tradicionais se sentiram completamente perdidas quando precisaram mandar seus times para casa.

A desconfiança, o medo e a necessidade de acompanhar cada passo das pessoas que estavam realizando as tarefas, gerou tensão e situações constrangedoras ao ponto de algumas solicitarem até mesmo a câmera ligada a todo o momento, durante a jornada de trabalho.

Isso só comprova o pensamento tradicional de que, se uma pessoa está sentada à sua mesa, mexendo em seu computador, ela está sendo produtiva. 

Quando na verdade, saber sobre a produtividade tem muito mais a ver com olhar diretamente para a demanda do que para a pessoa.

No livro, eles chamam isso de a prisão da presença.

Você nunca vai saber se as pessoas que trabalham pra você estão de fato trabalhando, mesmo que elas estejam na sua frente.

A única forma de mensurar isso é acompanhar os trabalhos que estão sendo realizados, e isso você pode saber de qualquer lugar do planeta.

A necessidade da disponibilidade é o que tem criado tantas pessoas viciadas em celulares, redes sociais e e-mails. 

O medo de perder alguma informação, de não ver as mensagens no grupo da empresa, de demorar muito para responder à liderança, com certeza absoluta tiram uma parte muito importante da concentração.

E se você não está se concentrando na sua demanda, bom, voltamos ao tópico anterior sobre a qualidade das horas de trabalho não é mesmo?

Relaxem, as pessoas vão responder assim que der.

Crie processos que retirem a necessidade da presença imediata, a  pressão pelo ao vivo e facilite o progresso através da espera. Quase tudo pode esperar. E quase tudo deveria esperar!

o trabalho nao precisa ser uma loucura fomo jomo

5 – Troque o FOMO pelo JOMO:

FOMO = fear of missing out / medo de ficar de fora

JOMO = joy of missing out / a felicidade de ficar de fora

Quase nunca é algo muito importante. Quase tudo pode esperar e quase tudo DEVERIA esperar.

Mas criamos a necessidade de estar sempre por dentro de tudo. De nos mantermos atualizados para podermos participar do maior número possível de conversas. Alô ClubHouse!

No trabalho não é diferente.

Você está escrevendo seu artigo e fica de olho nas notificações do whatsapp, começa a fazer o seu relatório e precisa olhar os e-mails. 

Interrompe o seu planejamento para ler o grupo da empresa e saber se algo importante aconteceu.

Lembre-se: É trabalho, não notícia. Não precisa ser visto imediatamente, você não é o Willian Bonner ou a Maju, oras!

Que tal criar artefatos que permitam que todas as pessoas da empresa possam acompanhar a evolução das tarefas sem precisar interromper ninguém? 

6 – A empresa não é família de ninguém:

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Eu amei esse conceito. Vai me dizer que você nunca ouviu em nenhuma empresa que agora vocês eram uma família?

Definir uma cultura de colaboração, calma, paciência, empatia e fraternidade é completamente diferente de exigir comportamentos que sacrifiquem o seu time pela sua empresa.

Quanto mais “família” você diz ser o seu time, mais horas extras você cobra pelo objetivo e mais sacrifícios um dos lados precisa fazer. Geralmente é o lado mais fraco mesmo.

Serem pessoas que trabalham juntas por um objetivo em comum, que fazem isso com harmonia, dedicação e empenho, já deveria bastar. 

Seu grupo de amigos você encontra na pizzaria, no bar ou na praia. Não no trabalho.

Você já tem a sua família e fazer com que você abra mão do tempo que teria com ela, por uma “família” que só te faz trabalhar mais e mais não é justo. 

“As melhores empresas não são famílias. Elas apoiam as familias”.

7 – Você precisa aprender a ser chefe:

Existem muitas questões envolvidas em liderar uma pessoa ou um time. Ocupar um cargo de liderança não diz respeito apenas a quanto tempo você tem como profissional, quantos cargos já ocupou ou quantas faculdades têm no currículo. 

Até porque, hoje em dia “não se olham mais” os currículos, o que interessa é o que se pode fazer!

Liderar é entender que as pessoas não vêm prontas, que a briga por salários não deveria existir, que disputas de ego não compõem um ambiente de trabalho calmo e colaborativo e que a sua atitude à frente da equipe fala mais que as suas palavras.

Por exemplo, se você diz que a sua porta está sempre aberta, mas nunca toma a iniciativa de levar um feedback, você está colocando toda a responsabilidade em uma das partes. Por mais que a sua porta esteja aberta ou que ela sequer exista, o simples fato de ocupar a cadeira de liderança já inibe certas pessoas e com isso, você pode perder oportunidades ou talentos da equipe por simples falta de comunicação.

A palavra de quem lidera pesa muito mais, mesmo que involuntariamente. É preciso ter atenção. 

Como diz em O trabalho não precisa ser uma loucura: “ Cultura é o que você faz, não o que você pretende que seja.”

8 – Comprometimento é melhor que consenso:

No mundo dos negócios, utilizar a prática de veredictos unânimes pode ser uma péssima ideia. “O custo do consenso é muito alto”.

Quando você reúne todo o seu time para tomar uma decisão que parece importante e coloca à mesa as argumentações, isso pode acabar levando a uma exaustiva guerra de palavras, onde quem tiver mais paciência e disposição para expor o ponto de vista, pode ganhar.

E isso parece estupidez, de acordo com os autores.

Então, o que fazer? 

Bom, sabe a lição do bom o suficiente para começar?

Na sociocracia nossas decisões não precisam de maioria para serem acatadas, mas a partir do momento que são, é preciso que aquelas pessoas que irão desempenhar a demanda se comprometam para que seja realizada da melhor maneira possível. E isso é o suficiente para começar.

Entendeu a diferença? Boas decisões dizem mais sobre comprometimento do que sobre consenso. Você pode discordar, mas é preciso se comprometer.

O livro traz uma sugestão que muito se assemelha da que utilizamos na sociocracia: Uma pessoa se responsabiliza por ouvir, considerar, contemplar e decidir. Apenas ela é capaz de tomar a decisão final. É ótimo que quem puder, colabore com ideias, ponderações, complementações e problematizações. 

Mas isso não pode parar toda a sua equipe e muito menos, o projeto. 

Importante dizer: tenha cuidado ao escolher essa pessoa ou, assumir esse papel. Tomar a decisão de continuar precisa ser justa e deixar claro o motivo pelo qual seguir em frente foi a melhor opção. 

9 – Saber a hora de parar: 

o trabalho nao precisa ser uma loucura saiba a hora de parar

Bom é melhor que não feito. 

Muitas vezes será preciso comprometer a qualidade para que seja possível fazer o que é suficiente e necessário.

Os autores deixam claro que por vezes deixam de fazer um trabalho perfeito, pelo bom andamento do todo. É o nosso já conhecido: Feito é melhor que perfeito.

Para mim, só é preciso ter um pouco de cautela com esse conceito. Mascarar resultados para apresentar qualquer coisa que seja ou não se atentar ao que está fazendo pela desculpa de que é melhor entregar algo, que não entregar nada é uma forma de se sabotar.

Uma coisa é você assumir que a demanda está boa o suficiente para começar e poder se orgulhar mesmo que ela não esteja 100%. Outra coisa completamente diferente é você fazer coisas só pra cumprir um protocolo. 

Acho que para isso, a melhor prática é saber a hora de parar. 

É conseguir analisar o todo e não ficar buscando a perfeição, saber analisar o proposto e o que está sendo entregue. 

Como dizem Jason e David: “se nunca é o suficiente, o trabalho sempre será uma loucura.”

10 – Perca clientes: 

O pior cliente é aquele que você não pode perder.

O capítulo já começa com esse tapa nas costas.

Fazer de tudo para agradar e se adaptar a clientes grandes pode te fazer perder o senso de qualidade e valor para os demais clientes que você atende.

Por mais que seja ótimo termos contratos que nos garantem uma entrada mensal de segurança, qual é o real preço que você paga por isso?

Eu mesma já trabalhei em muitas agências que precisávamos dobrar as jornadas de trabalho para dar conta de prazos insanos, só por ser uma conta grande.

Isso é injusto com todos os lados. Traz stress, desgaste, fadiga, falta de criatividade e ainda pode refletir nos demais clientes que o seu negócio tem. 

Ser livre para tomar decisões que beneficiarão o maior número de pessoas envolvidas deveria nunca deixar de fazer parte da sua gestão. Ficar dependente de agradar certos conceitos, por contas grandes, pode significar, a longo prazo, uma empresa sem muitas garantias.

Eu sei que é muito mais fácil falar do que fazer, como tudo na vida. Mas que tal começar experimentando isso devagar?

Assuma o seu posicionamento, seu tom de voz e seus princípios. 

Acredite em mim, por experiência própria: Uma hora quem compactua com você, vem.

Bom, chegamos assim ao fim das lições aprendidas no livro “O trabalho não precisa ser uma loucura” e eu te pergunto, alguma das lições acima serve pra você?

Será que você está fazendo com que o seu local de trabalho, seja esse trabalho só seu ou de um time de 30 pessoas, um lugar calmo e produtivo?

Eu confesso que sempre me pressionei muito por uma produtividade constante, chegando a trabalhar por muitas horas diárias e me metendo em cada vez mais caos e bloqueio criativo.

Mas se pude aprender uma coisa, foi que chega um momento que simplesmente estou na frente do computador me culpando por não ter produzido o suficiente. Sem sequer estar conseguindo realizar qualquer tarefa de fato.

As horas não estão mais sendo eficientes, elas estão apenas constando no meu sono acumulado.

Me conta, quais lições você tira das minhas lições aprendidas?

Ah, e escolha o lado calmo da força! haha

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