Design Thinking, provavelmente você já ouviu essa expressão algumas vezes. Um conceito cada vez mais presente no dia a dia das empresas, desenvolvido por profissionais de áreas pouco ou nada conectadas ao design, como conhecemos. A expressão é relativamente nova, mas o conceito e aplicação são bem antigos. Neste artigo vou explicar de maneira simples o que é e como é aplicado. Pegue seu café e dê uma conferida.
Na tradução literal temos pensamento do design, mas o Design Thinking nada mais é do que design como uma “forma de pensar” ou simplesmente o ato de pensar como designer para propor soluções. É isso mesmo, meu caro leitor designer. Estão se inspirando em nossa forma criadora e viajante de pensar, para resolver problemas que em sua maioria, não tem nada a ver com estética. Isso é sensacional! (pelo menos eu acho).
Um cenário no qual as palavras–chave são Empatia, Colaboração e Prototipação.
O conceito de Design Thinking foi criado pensando em pessoas e para pessoas. É a capacidade que um gestor, agora denominado Designer Thinker, tem de criar um ambiente propício ao surgimento de ideias para resoluções de problemas reais, proporcionando a participação colaborativa de sua equipe e favorecendo o surgimento de resultados inovadores, funcionais e até tangíveis em um curto prazo de tempo.
Uma cultura cada vez mais presente no meio corporativo e que chegou para ficar!
Este gestor, com essa nova visão, agora tem as ferramentas certas para motivar sua equipe, de fato, a pensar criativamente sobre o problema exposto. Diferente do outro cenário, que ainda é realidade para a maioria das pessoas, onde persiste uma política de metas e pressões, baseadas em meros números estatísticos e que quase sempre exigem resultados imediatos. O que coloca o colaborador numa situação em que precisa pensar e agir rápido.
E se a meta tem prazo curto, o caminho escolhido também será o menor, ou seja, ideias superficiais. Inovação zero! Mas vamos voltar a falar desse ambiente lindo e ideal criado pelo Design Thinking e o que deve ser feito para que ele funcione perfeitamente.
5 Etapas do Design Thinking
Para imitar os processos pensantes e criativos de um designer, o design thinker segue os seguintes passos:
1 – Imersão ou Empatia:
Inicia-se com uma imersão preliminar, que permite entender o problema através de pesquisas de campo/mercado ou referências diversas. A partir daí é necessário identificar as pessoas impactadas por esse problema e ouví-las.
Isso exige muito mais que uma superficial observação, requer um caloroso e empático envolvimento, buscando entender as expectativas ou necessidades, experiências, frustrações e desafios dessas pessoas. Ou seja, se imergir totalmente no ambiente, buscando uma percepção mais profunda das questões.
Exemplo: Somos uma empresa de materiais esportivos e identificamos que nossos produtos poderiam ser mais consumidos por adolescentes de 12 a 15 anos. Nesse caso devemos ouvir essas pessoas para identificar onde está o problema.
2 – Análises e Definição do Problema:
Depois de reunir e organizar as informações obtidas na imersão, chegou a hora de dar nome ao problema. E lembre-se: nada de exaltar os desejos e metas da empresa ou do negócio, como por exemplo: aumentar em 20% as vendas dos produtos esportivos para adolescentes de 12 a 15 anos. O foco são as pessoas!
Que tal: Adolescentes de 12 a 15 anos precisam praticar esportes, para ter autoestima, saúde e bem-estar.
Agora o problema está bem claro e vai direcionar melhor a equipe na hora de reunir ideias e pensar em soluções.
3 – Ideação (brainstorm):
Agora é a hora das ideias, sem medo de errar e sem censura ou julgamentos, estimulando o livre pensamento de toda a equipe. Isso é Brainstorm. Quanto mais ideias e soluções surgirem nesse momento, melhor será o próximo passo.
Um exercício bom para essa etapa de ideação é tentar fazer perguntas diferentes para o problema, como por exemplo: O que podemos fazer para incentivar esses adolescentes a deixar um pouco de lado seus videogames e smartphones para praticar esportes?
4 – Prototipação:
Agora sim é hora de fazer uma minuciosa triagem das ideias sugeridas, selecionando as mais interessantes e recorrentes. Lembre-se que o processo todo é de co-criação e todos devem participar.
A solução, então, começa a ganhar forma e o abstrato começa a se tornar tangível, em simulações que podem ser obtidas através de desenhos ou maquetes, por exemplo. O objetivo não é criar o resultado final, a prototipação é experimental, com versões econômicas e rápidas.
Bons exemplos de protótipos para o problema dos nossos jovens sedentários, poderiam ser esboços de peças publicitárias, como postagens para as redes sociais ou outdoors; a letra de um jingle ou ainda o mockup de uma nova embalagem para uma linha específica de produtos.
5 – Testes:
Hora de colocar à prova as ideias prototipadas. Aqui elas serão rigorosamente testadas dentro da própria equipe ou em um pequeno grupo de pessoas. Os protótipos serão analisados, melhorados, validados ou rejeitados.
A etapa é final, mas o processo todo é dinâmico. Uma vez que um protótipo é parcialmente rejeitado, ele pode voltar pra fase de ideação e seguir novamente para uma nova prototipação.
O vídeo abaixo vai complementar um pouco o seu entendimento sobre Design Thinking (em inglês).