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História do Café no Brasil: da adaptação da planta à consolidação no mercado mundial

História do Café no Brasil: da adaptação da planta à consolidação no mercado mundial
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Tatiani Zandonade

Engenheira de formação, filha de cafeicultores, nascida e criada no interior do Espírito Santo, na cidade de Venda Nova do Imigrante. Atua na gestão e planejamento estratégico da Zandonade Cafés Especiais

A história do café no Brasil é maior do que se pode imaginar olhando para as prateleiras dos supermercados.

Você sabia que o Brasil lidera o mercado de café no mundo desde o século passado, representando em média 33% da produção total mundial? Você provavelmente não vive sem um cafezinho durante o dia… já parou para pensar qual sua origem e como chegou ao Brasil?

O desenvolvimento do nosso país está diretamente ligado à cafeicultura e, se tratando de agroindústria, o café é o segundo segmento que mais gera emprego.

O Sudeste é a principal região quando se fala em produção de café, sendo Minas Gerais o detentor de 38% da produção, em segundo São Paulo (20%), seguido pelo Espírito Santo (17%). O Espírito Santo tem participação importante na história do café no Brasil e por isso, teremos um artigo só pra falar sobre a produção capixaba de café.

Mas… e como o café chegou no Brasil?

A planta do café é de origem africana, mais especificamente da Etiópia. A história conta que o café foi descoberto por um pastor ao ver suas cabras alteradas após comerem os frutos dessa planta.

No Brasil, as primeiras mudas de café vieram da Guiana Francesa (hoje Suriname), trazidas pelo brasileiro Sargento-Mor Francisco e Mello e foram plantadas no Pará (1720), mas devido às condições não favoráveis não houve sucesso e trinta anos depois chegou ao Rio de Janeiro, tornando o Estado líder na produção nacional até 1860.

História do café - Escravos trabalhando em um terreiro de café, em fotografia de George Leuzinger (1813-1892) de 1870
Escravos trabalhando em um terreiro de café, em fotografia de George Leuzinger (1813-1892) de 1870

Café e sua importância econômica

No século XVIII, a economia brasileira passava por dificuldades pelo declínio da economia açucareira e de mineração e foi o café o responsável por reerguer o país economicamente e trazer reconhecimento a nível mundial.

O café tornou-se base da economia do nosso país após sua Independência (1822), superando a produção de açúcar em 1837. Tudo começou com uso de mão-de-obra escrava e tendo a participação de imigrantes até o final da década de 20.

Após esse período, começam a surgir as pequenas propriedades e cooperativas produtoras em São Paulo e Paraná. Em 1973, os cafezais chegam no Cerrado Mineiro, ainda em pequenas propriedades, porém agora com mais tecnologia.

A economia impulsionada pela cafeicultura trouxe desenvolvimento para o país, como a construção de estradas e ferrovias visando escoar a produção.

Consumo interno: crescimento e novos comportamentos

Há uns anos, iniciou-se um movimento importante diante da exigência dos consumidores de café: busca de bebida de melhor qualidade, interesse na origem dos produtos e sustentabilidade. Esse comportamento vem se firmando cada dia mais e a agricultura familiar no Brasil tem uma representatividade enorme nesse mercado, chegando a ser 70% dos 300 mil produtores de cafés existentes.

O vasto mundo dos cafés, principalmente quando falamos em cafés especiais de qualidade, vem encantando cada vez mais os amantes da bebida, que experimentam diversos sabores e aromas diferenciados de acordo com cada região produtora, resultados que são influenciados pelo clima, condição geográfica e geológica de cada local.

A demanda passa por transformações, novas buscas e comportamentos dos consumidores, e assim o mercado do café vai se mostrando cada vez mais amplo e promissor.

A história do café vai além da produção

Além de produtor, o Brasil tem também representatividade no consumo da bebida e, em 2020, segundo ABIC, houve um aumento de 1,34% nas vendas internas em relação a 2019.

Outro dado revela ainda que o brasileiro consome de 3 a 4 xícaras de café por dia e que durante a pandemia houve crescimento na procura pelo produto.

E você, quantas xícaras consome em média? Viveria sem seu cafezinho no dia-a-dia? Seu consumo aumentou na pandemia?

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